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O caminho para o Monte Roraima

[Parte I]

Confira o relato da jornalista Paula Batista, que subiu o Monte Roraima em novembro/2018 com a Salto Alto Montanhismo. Acompanhe o relato, que será dividido em 5 capítulos, e se apaixone por esse lugar mágico e sagrado. Não se esqueça que em novembro deste ano e no Carnaval de 2023 vamos de novo para o Monte Roraima, e você pode vir conosco.

Paula começando o trekking

Saindo cedinho de Santa Helena

Curitiba – São Paulo – Brasília até o nosso avião pousar em Boa Vista, em Roraima: nenhuma dificuldade, só expectativa e umas boas horas para bater papo com as companheiras dessa aventura, a Viviane (guia líder da trip) e a Ana Carolina, uma bióloga pra lá de divertida, muito maluca e que tem medo de animais vertebrados, tipo: dos cachorros, o que nos rendeu, desde a saída da capital paranaense, muitas risadas.

            Depois de encararmos os aeroportos chegamos a Boa Vista para um banho e uma soneca na madrugada calorenta. Cedinho nos preparamos para um trajeto de três horas de carro até a fronteira. O transporte já é uma história à parte. Um táxi com cinco pessoas mais o motorista. Nossos companheiros na ida foram um argentino (que não quis papo com a gente) e um tímido indígena (que também não quis papo com a gente), diferente do taxista, que além de conversar ainda colocou alguns DVD’s de sertanejo raiz e de pagode na tentativa de agradar as passageiras. Não nos intimidamos e mostramos que sabemos cantar.

            Uma rápida parada na metade do caminho e já nos deparamos com a “paçoca”, uma farofa de carne seca que alimenta muita gente por lá. No calor, só pensávamos num refrigerante gelado e em água para o trajeto. Mas compramos também chips de mandioca e de banana, para ajudar os locais.

            Chegamos à última cidade brasileira antes da fronteira, Pacaraima. Local onde os táxis param e, na maioria das vezes, é preciso trocar de carro para ir para Santa Helena de Uairén, na Venezuela. Antes de passar a fronteira registramos nossa saída do Brasil num posto da Polícia Federal dentro da entrada do alojamento de imigrantes. Brasileiros são atendidos antes, bem rapidamente, mas nada que impeça de perceber, com tristeza, a dura realidade de quem está buscando entrar no país esperando uma vida melhor.

            Saindo desse posto é preciso ainda ir no contêiner de atendimento da fronteira venezuelana para entrar no país. Com poucas perguntas (só profissão e para onde iríamos) carimbaram nosso passaporte com um carimbo quase ilegível.

Grupo de 2019 após passar a fronteira

            Superadas as burocracias legais, nosso taxista nos esperava para continuar mais 14 km até a pousada em que passaríamos a noite. Chegamos no início da tarde. Nos acomodamos e resolvemos sair para tentar comprar algo para comer, almoçar. A dona da hospedagem nos disse que seria difícil, que tudo estaria fechado. Mesmo assim, decidimos sair e dar uma olhada. Não só quase tudo fechado, como, também, os dois lugares que encontramos tinham poucos produtos para vender. Compramos bolacha recheada, sucrilhos, leite em pó, salgadinho, um refrigerante e uma latinha de atum. Foi o que conseguimos, mas tudo custou em torno de R$ 15,00. No caminho de volta decidimos conhecer a rua atrás da nossa e encontramos uma pequena padaria. Conseguimos um pão grande e um pedaço de queijo branco, que custou R$ 4,10 e ainda compramos mais uma jarra de suco de laranja.

            Quase na chegada da pousada vimos um restaurante que parecia aberto. Rapidamente fomos lá perguntar se funcionaria à noite. Conhecemos o senhor Daniel, um garçom, colombiano, extremamente gentil e simpático, que nos disse para ir até lá que teria um bife com arroz especial para nós.

            Almoçamos o que conseguimos comprar, tomamos banho e nos encontramos com o nosso guia local, no fim do dia. Aqui, uma informação importante: todo mundo precisa ter um guia local para subir o Monte Roraima. Se qualquer pessoa disser o contrário saiba que está mentindo. Sem guia local você nem entra no Parque Nacional Canaima, onde está localizada a nossa amada montanha. E digo isso porque vi por lá uma “agência” brasileira tratando um guia como carregador fazendo de conta que ela era a guia dessa montanha. Mentira e algo bastante feio de se fazer. Nós contamos com o guia local, Javier Jimenez, da Waykyky Extreme Tours, e claro, com a Viviane, aqui da Salto Alto Montanhismo.

Fomos jantar porque o Daniel, o colombiano simpático, já estava achando que não iríamos. Nosso bife com arroz, bananas assadas e até um filé de peixe estavam lá, nos esperando. Só não tinham batatas, estavam em falta. De quebra ainda saboreamos um drink de piña (abacaxi). Gastamos, com a comida e bebidas, algo em torno de R$ 60,00 por pessoa.

…continua na próxima semana…

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