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Virada do ano no Monte Roraima: como foi nossa experiência em 2019

A Salto Alto Montanhismo está sempre em busca de explorar novos lugares, diferentes culturas e outras belezas. Por isso mesmo vivemos nos desafiando por cumes mais altos e trekkings mais longos, que ao mesmo tempo são sempre recompensadores! 

Em nosso última virada de ano (de 2019 para 2020) não foi diferente: vimos o novo ano chegar lá do topo do Monte Roraima, um dos locais mais remotos do planeta. Foram 8 dias de aventuras intensas, que reservam surpresas nas paisagens pelo caminho e na superação de cada um.

Já estivemos por lá em 2018, quando nossa fundadora, Viviane Rachinski, subiu o Roraima. Dessa vez, os guias Tainã Coluene e os venezuelanos Gabriel e Carlos, guiaram nossa expedição nos últimos dias de dezembro de 2019. Confira abaixo como foi cada detalhe dessa viagem inesquecível. 

1° Dia – Do Brasil até o início da trilha foi uma jornada longa

Começamos de madrugada saindo de Boa Vista (RO) até Pacaraima, cerca de 200km. Lá passamos a fronteira e nos encontramos com o guia local, e se foram mais 70 km aproximadamente.

Começamos a trilha a partir da vila de Paraitepuy por volta de meio dia. Neste primeiro dia, caminhamos 14 km cruzando os rios Tek e Kukenan até nosso local de acampamento, próximo ao rio Kukenan.

2° dia – Mais um pouco de caminhada 

Saímos do acampamento por volta das 8h, ali o sol já começava a pegar, mas quanto mais subimos pela trilha, mais o tempo fechava.

Caminhamos por volta de 12 km até o acampamento base da montanha. Lá o céu já estava fechado e oscilava entre garoa e sol.

3° dia – Só subida 

Em tese, seria uma caminhada mais curta de 8 km, porém, a inclinação era bem maior. Logo de cara já começamos por uma escalaminhada e  seguimos por uma trilha íngreme até o Passo das Lágrimas, dois filetes de água que desciam pelos enormes paredões e encharcaram a trilha. Passamos por baixo destes véus d’água e seguimos a subida mais perigosa até o topo, onde fomos de encontro com nossa primeira janela.

Depois dessa bela vista caminhamos até o primeiro hotel, hotel Guacharo, lá em cima a caminhada foi mais tranquila, porém num fenômeno estranho, as nuvens estavam apenas em volta da montanha e não no topo, assim foi uma caminhada abaixo do gostoso calor do sol.

4° dia – Um dos dias de caminhada mais longa

Saímos do hotel Guacharo até o hotel Quati, cerca de 15km. Logo na saída fizemos uma pausa para entrar na caverna cristal, lá dentro haviam espelhos d’água com cristais no fundo e uma estrutura muito interessante. De lá, seguimos a jornada com tempo nublado, o que foi bom, pois a trilha é totalmente descampada.

Algumas formações rochosas espetaculares despertava a vontade de tirar fotos e registrar cada momento de uma natureza tão diferente.

Neste dia, passamos pelo vale dos cristais, onde foi possível dar uma pausa para meditar e sentir a energia do local, nunca havia visto nada igual. Depois, passamos pelo marco da divisa dos 3 países (Guiana, Brasil e Venezuela). Por fim, nosso acampamento.

5° dia – Véspera de ano novo 

Acordamos cedo para caminhar até uma janela, onde era possível ver o nascer do sol. Foi possível apreciar um pouco, mas a manhã estava com muitas nuvens, ficou aquele sentimento de algo faltando.

Voltamos ao acampamento para o café e de lá seguimos para o lago Gladys. Foi uma caminhada longa, de mais ou menos 6h entre ida e volta. O desafio maior foi a garoa que nos acompanhou e o percurso, pois tínhamos de pular sobre algumas pedras molhadas.

Chegando ao lago não foi possível ver nada, tudo encoberto de nuvens. Então retornamos e fizemos uma parada em um rio no caminho, que apesar do frio, todo mundo entrou para se banhar.

A noite teve surpresa, nosso jantar de ano novo foi generoso: arroz com uvas passas, lentilha e frango, com direito a champanhe, cantoria e um poema escrito naquele dia por um companheiro de caminhada.

6° Dia  – Começamos 2020 com muita energia 

Tão esperado dia primeiro, logo cedo voltamos para o mirante. Para o ano começar bem, nada melhor que um belíssimo nascer do sol acompanhado de um mar de nuvens. Após a apreciação, retornamos para tomar o café e levantar as mochilas. Este dia foi bem puxado, sol forte e uma caminhada longa de mais ou menos 13 km até o hotel Arenal.

No caminho, conhecemos o fosso, um buraco enorme por onde passava um rio embaixo. O guia orientou para não pular lá de cima, então deixamos as mochilas e seguimos por uma trilha sinuosa para poder adentrar o fosso pela parte de baixo, foi incrível! Porém, a água mais gelada do monte que eu havia entrado até então, mas foi possível entrar e apreciar um pouco.

Chegando ao hotel  e tínhamos a tarde livre, então nos dividimos. Meu grupo foi conhecer as jacuzzis com fundo de cristais e aproveitar o sol para banhar. Mais perto do anoitecer, subimos o Maverick, um morro que fica em cima da montanha, o ponto mais alto do Monte Roraima e possui esse nome porque visto de baixo tem a silhueta do carro.

7º Dia – Fomos conhecer La Ventana 

Aproveitamos que na parte da manhã as nuvens estão mais baixas e partimos direto para La Ventana, um dos pontos mais conhecidos e fotografados do Monte, pois é possível sentar bem pertinho do penhasco para fazer alguns registros incríveis. Demos muita sorte, pois no horário que chegamos havia poucas nuvens, então foi possível vislumbrar um visual incrível.

Saindo de lá, a janela começou a se fechar e seguimos para a catedral, uma formação de pedras com uma pequena cachoeiras que lembra uma catedral. Tivemos a tarde livre para descansar, afinal, no próximo dia começaríamos a descer.

8º Dia – A despedida do Monte 

As mochilas já pesavam mais que o dobro comparado ao primeiro dia, meus pés não aguentavam mais as botas, mas era o que tinha para aquele dia, quase 20 km de caminhada. Ao contrário da subida na qual fizemos em 3 dias, o retorno foi em dois.

Seguimos todos juntos até o Passo das Lágrimas, apesar de pouca água naquele dia, estava bem liso. Depois, os guias se dividiram, pois a diferença de ritmos entre as pessoas do grupo já estava bem grande. 

Paramos na base da montanha para reabastecer a água, comer algo e se refrescar. Nesta parada, um de nossos guias locais, Carlos, convidou-nos para uma cachoeira no caminho. Esta parada era opcional devido ao desgaste, e então seguimos.

Em determinada parte, faltando mais ou menos 40 minutos até o acampamento, desviamos da trilha e seguimos para a cachoeira. Nessa hora comecei a me xingar mentalmente  (rsrs), não aguentava mais caminhar e o sol estava muito forte, mas chegando lá tudo foi bem recompensado, aproveitamos e seguimos para o acampamento. 

Chegando no acampamento, havia pipoca nos esperando. E em um dos abrigos os locais estavam vendendo cerveja bem gelada. Foi revigorante.

9° Dia – Segundo dia de caminhada na volta  

Céu aberto e nenhuma nuvem à vista, sinal que o dia seria bem quente. Tivemos um mega café da manhã para começar o dia bem, afinal faltavam apenas 12km. Não demorei muito para arrumar a mochila e quem estava pronto para seguir começou a caminhada, esse último trecho era apenas estrada de chão, apesar dos altos e baixos. 

Guardei minhas botas na mochila e segui de crocs, eu não aguentava mais as botas e apesar de começarmos cedo já estava muito calor. Chegando perto do vilarejo paramos para refrescar os pés no rio achando que faltavam poucos metros para concluir a jornada, erro nosso, tínhamos uma mega subida íngreme de estrada de chão. 

Enfim, conclui mais um desafio, foi possível jogar a mochila, descansar na sombra e agradecer por um início de ano tão maravilhoso.

Demais, né?! Obrigada pelo relato, Tainã! E você, quer ir junto da próxima vez? Então cadastre-se em nossa newsletter para receber as atualizações da agenda. Aliás, por falar em agenda, confira nossos próximos destinos aqui e aventure-se com a gente! 

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